Quando contratado um levantamento LiDAR aéreo com densidade superior a 5 retornos por metro quadrado, as métricas calculadas permitem revelar com grande precisão o estado da floresta em altos níveis de resolução (ex. 4m²). Modeladas e calibradas a partir de estudos biométricos, essas mesmas métricas nos permitem estimar volume, biomassa, estoque de carbono e outras características estruturais da floresta.
O escaneamento precisa utilizar parâmetros mínimos para que os dados obtidos tenham qualidade. Ao realizar a descrição do contrato do sobrevoo LiDAR é fundamental que estejam claras e precisas as especificações que nortearão a negociação, contratação e validação do serviço prestado e se as mesmas são aplicáveis à região de estudo pretendida.
No contrato do sobrevoo recomenda-se a exigência dos seguintes produtos:
Nuvem de pontos bruta, georreferenciada em sistema de coordenadas especificado no contrato (ex. SIRGAS 2000), com os seguintes campos do arquivo LAS/LAZ preenchidos: Intensity, Return Number, Number of Returns, Point Source ID (linha de voo), GPS Time (opcional);
Arquivo vetorial (.shp ou .kml) com os pontos de controle em solo, no mesmo sistema de coordenadas exigido para a nuvem de pontos.
Todas as etapas de classificação, normalização, criação das malhas raster, curvas de nível etc. devem ser realizadas pela empresa que realizará o processamento de dados LiDAR, por motivos de controle de processo e de qualidade internos. Logo, é dispensável a exigência dos outros produtos listados juntos à nuvem de pontos bruta.
No caso das fotografias aéreas, a coleta dos dados deve contar com pontos de controle em solo análogos aos do levantamento LiDAR (com acurácia submétrica) ou, se possível, utilizar os mesmos para ambos os levantamentos. O sistema de coordenadas de referência das imagens também deve ser especificado em contrato, sendo o mesmo exigido para as nuvens LiDAR e os pontos de controle. Esses detalhes permitem o cruzamento dos dados oriundos de diferentes levantamentos de forma precisa.
As principais especificações que devem ser atendidas durante o processo de contratação e execução dos serviços são:
Densidade de retornos registrados: a densidade especificada da nuvem de pontos deve ser compatível com a resolução dos produtos raster exigidos. A densidade de 5pts/m² permite a interpolação confiável de DTMs/DSMs com até 0.5m de pixel. Para malhas DTMs/DSMs com 0.25m de resolução espacial é necessário que a nuvem contenha, no mínimo, 16 pontos/m² (cerca de 20 pts/m² seria ideal).
Sobreposição de faixas: levantamentos wall-to-wall devem ser planejados com uma sobreposição mínima de 50% afim de assegurar uma densidade de pontos homogênea sobre toda a área escaneada.
Cobertura completa: não serão aceitas coberturas de áreas com vazios acima dos limites estabelecidos justificadas pela presença de nuvens, falhas na instrumentação, ou qualquer outra situação.
Utilização dos mesmos instrumentos e características do voo para todas as aquisições: variações nos instrumentos e nas características do voo (altura, velocidade, etc.) podem gerar problemas na comparação das áreas.
Se em algum aspecto a empresa não correspondeu às informações que são necessárias e foram contratadas, o contato com o prestador deve ser realizado para que o produto seja entregue de forma completa. Problemas com densidade mínima de pontos e “buracos” na cobertura da nuvem podem eventualmente prejudicar a avaliação dos dados ou gerar métricas enviesadas e interferir em cálculos que usam informações sobre a área total avaliada.
Para mais informações, entre em contato pelo contato@forlidar.com.br.
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